Pinto foi um dos ases da viola que pontificaram na noite de 5 de outubro de 1948, no Teatro de Santa Isabel, no Recife, no Congresso de Cantadores, de iniciativa de Rogaciano Leite. Este último, grande poeta e extraordinário jornalista, nasceu no sítio Cacimba Nova, hoje município de Itapetim, então pertencente a São José do Egito, tendo começado a fazer versos aos 15 anos de idade exatamente pelas mãos de Pinto.
Também participaram do Congresso — algo que chocou, na época, os chamados defensores da "arte erudita" — os três irmãos Batista (Lourival, Dimas e Otacílio), Domingos Martins da Fonseca e José Soares Sobrinho.
Relata Coutinho Filho que Lourival cantou com Pinto para uma grande platéia, que lotou o teatro, surpresa com aquela forma de fazer versos. Lourival Batista, entusiasmado com os aplausos, fez de improviso esta sextilha:
A cantoria vai boa
E os versos são colossais...
Nesse instante, aproxima-se um fotógrafo, que, de cócoras, bate uma foto dos dois violeiros. E Lourival continuou:
Pinto, aí da tua banda
Acocorou-se um rapaz
Assim nessa posição
Eu não sei o que ele faz
Pinto aproveitou a "deixa" do colega e completou:
Chegou ali o rapaz
Começou a se bulir
Focou na cara da gente
E eu vi a luz explodir
Pensei até que era um bicho
Que nos quisesse engolir.
Lourival, imediatamente descreveu o resto da estória em versos:
Pinto, eu não sei distinguir
Se ele é da praça ou da aldeia
Pois quando se acocorou
Meu sangue tremeu na vei
A foto pode ser boa
Mas a posição foi feia.
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