sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Minha “nordestinidade”
É autenticamente pura
Tem o sabor da quixaba
Ou da fruta bem madura
Que tem no pé de facheiro
O meu suor tem o cheiro
Do mel que faz rapadura

Quero que em minha figura
Nunca haja distorção
E que essa rude imagem
Passe a fiel impressão
Daquilo que sou de fato
Um caipira lá do mato
E original do sertão

Tenho o odor do gibão
Que veste o bravo vaqueiro
O verde que tem nos ramos
Da copa de um juazeiro
O calor da estiagem
Quando derruba a folhagem
Nos galhos do umbuzeiro.

Sou um camponês matreiro
Que qualquer peso suporta
Sou como a forte aroeira
Que mesmo depois de morta
Não dá tréguas ao machado.
Por mais que esteja afiado
Entorta o gume e não corta.

A minha fé me transporta
E assim sigo o meu roteiro
Tenho orgulho do meu povo,
Do meu linguajar rasteiro.
O meu olhar ganha brilho
Quando eu brado: sou um filho!
Do Nordeste Brasileiro!


Carlos Aires

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