sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

                

Pinto do Monteiro e João Furiba

Do livro de Zelito Nunes, “Pinto velho do Monteiro – um cantador sem parelhas”, apesar de o livro ser todo bom, tem trechos que achei bastante engraçado e que retratam o espírito puro e criativo do povo sertanejo encarar a vida mesma quando a situação não é das melhores. Uma dessas diz respeito a uma visita que o cantador João Furiba foi fazer ao poeta Pinto do Monteiro.
Pinto já se encontrava doente e sem enxergar quando Furiba chegou na porta de sua casa e, saudando o poeta, disse:

“Há tempo em que eu não vinha
nesta santa moradia
visitar o velho Pinto
Me traz tanta alegria
Que é mesmo que ter tirado
O bolão da loteria”

Pinto com muito bom humor, disse:
“Eu não imaginaria
que você chegasse agora
Com essa sua presença
Obtive uma melhora
Quer ver eu ficar bom mesmo
É quando você for embora”

                                             Fotografia é história
Seu Lunga
Joaquim Rodrigues, aliás, “seu” Lunga, é um dos personagens mais conhecidos de Juazeiro do Norte, no Ceará, terra do Padre Cícero. Vez por outra está nas grandes redes de tevê, como exemplo de quem é impaciente, direto, mal-humorado, irônico e chato. Mas que, ao mesmo tempo, detesta o óbvio e a falta de sinceridade. Como foiMuita gente acha que seu Lunga não existe. Mas existe sim. É esse aí da foto. Em companhia do amigo Evandro Teixeira, aproveitei o intervalo de um trabalho que fomos fazer em Juazeiro para conhecer nosso tão difamado personagem. Ele é proprietário de uma loja de quinquilharias. Vende de tudo: pneu velho, tapete puído, sapato furado, prego torto, parafuso enferrujado, faca cega, chuveiro queimado, rádio quebrado, mala sem alça e, enfim, toda parafernália que alguém possa imaginar. Paramos para uma breve conversa e Evandro, educadamente cumprimentou-o perguntando como ele andava. Qual não foi sua resposta: - Ando no chão, meu senhor. Ainda não aprendi a voar. Orlando Brito

Nenhum comentário:

Postar um comentário