quinta-feira, 15 de agosto de 2013



Pabulagens de Geraldo Amâncio com o mote:
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
Sempre fui o poeta mais perfeito
O primeiro aclamado pelo mundo
Já pensaram em fazer um segundo
Já quiseram clonar, não teve jeito
Inclusive na fôrma que eu fui feito
Só meu pai aprendeu a fabricar
E disse à mãe que escondesse num lugar
Pra ninguem copiar nem aprender
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar.
Nesse nosso planeta tudo passa
Para um gênio nascer Deus interfere
Pode ser que outro Senna ainda se gere
Pra correr Fórmula Um e ganhar taça
E que outro Pelé ainda nasça
Pra ser número um onde jogar
Eu duvido é no verso popular
Outro Amâncio cantando aparecer
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar.
Outro dia um cientista pesquisou
Pra fazer que de mim chegue mais perto
Quis fazer um de barro não deu certo
Quis fazer um de osso não prestou
Disse ele: falar com Deus eu vou
Pra poder um poeta eu inventar
Deus sabendo o que ele ia falar
Disse logo: desista de fazer!
Nem daqui a mil anos vai nascer
Cantador que assuma o meu lugar
* * *
Improvisos de Ivanildo Vilanova e Sebastião da Silva com o mote:
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou
Ivanildo Vilanova
Eu já fui igualmente um samurai,
porém vi se quebrar minha coluna,
que a volta no jogo da fortuna,
pois a gente não sabe aonde cai,
eu fui filho, fui noivo, hoje sou pai,
já fui neto, e já hoje sou avô,
e o relógio do tempo não quebrou,
porém deu um defeito no seu pino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
Sebastião da Silva
Já estou diferente de maneira,
só não sei se vou mais pra qualquer praça,
se eu sinto a tristeza ou a desgraça,
se sou forte e se já tenho canseira,
eu sou sei que a minha cabeleira,
era preta e branquinha já ficou,
e o fantasma do tempo carregou
os meus sonhos do tempo de menino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
Ivanildo Vilanova
No meu peito explodiu a dinamite,
vejo o mundo mostrar como é que vive,
com os dois casamentos que eu já tive,
mas eu sei que a terceira é o limite,
a primeira mulher deu o desquite,
a segunda também me abandonou,
eu sou velho pra ser um gigolô,
pra casar outra vez, sou um menino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
Sebastião da Silva
Eu não sei se meu filho me obedece,
nem também se a filha me aceita,
nem também se meu neto me respeita,
e se a minha mulher se aborrece,
eu só sei que estou no sobe e desce,
procurando no palco fazer show,
eu só sei que poeta ainda sou,
repentista, boêmio e nordestino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.

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