sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PEDRO LUIZ RODRIGUES
EDUARDO CAMPOS AGRADECE LULA, MAS NÃO QUER MESMO LUGAR DE VICE
Publicado: 16 de agosto de 2013 às 12:27
Anteontem, neste espaço, mencionei a iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de convidar seu conterrâneo Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, para um bate-papo informal.
O que Lula possivelmente proporia a Campos seria o lugar confortável e apagadinho, de vice, na chapa de Dilma ou de quem quer que venha a disputar a Presidência da República pelo PT, no ano que vem, o que inclui o próprio Lula.
Não é que o ex-presidente morra de amores por Eduardo Campos. Mas sabe que essa mania do Governador, de correr sozinho, pode trazer danos irreparáveis ao PT em 2014. O ideal, para Lula, seria atrair o governador para as raias governistas, onde todo mundo é gente boa e, sempre é bom lembrar, onde se controla o cofre do Tesouro. Seu sonho seria a aliança PT-PSB.
Além do mais, Eduardo Campos não deixa de ser um aliado, e o PSB conta com dois ministros. Um é o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra; o outro o Secretário Especial de Portos, José Leônidas Cristino. Bezerra é aquele que vive prometendo que as obras de transposição do Rio São Francisco estarão prontas daqui a dois anos. Passa o tempo, e os dois anos nunca chegam.
Mas dois ministros são apenas uma pequena compensação à força política que já exibe o PSB, com seis governadores (Amapá, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco e Piauí), cinco prefeituras de capital (Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, Porto Velho e Recife), 431 outras prefeituras, 32 deputados federais e quatro senadores.
O PT anda um tanto mal das pernas. O episódio do ‘mensalão’, que avança célere no STF em seu capítulo 823, vai ceifar alguns articuladores importantes do partido, além da cabeça de dois de seus deputados federais.  Além do mais, o índice de popularidade do governo anda também combalido, com o povo cansado de muito proposta e muito programa, e pouca realização. O PIB, vimos nos últimos dados, continua patinando para os lados.
O PMDB olha tudo isso de esguelha. Sua estratégia de sobrevivência é deslocar seu peso político para a parte do tabuleiro que lhe assegure mais vantagens.
O Governador de Pernambuco respondeu por nota o convite de Lula para a conversa simpática, na qual proporia o sepultamento de suas aspirações presidenciais. Muito gentilmente, o governador disse ter ficado encantado com os elogios que lhe haviam sido dirigidos pelo ex-presidentes, mas quanto às suas aspirações políticas bateu firme o pé:  ”O presidente Lula sabe que as forças políticas podem perseguir objetivos comuns tendo cada uma o seu candidato”. O importante conclui, é haver o respeito.

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