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O voto de cabresto
Trinta anos antes do documentário “Peões”, sobre a trajetória de Lula, o documentarista Eduardo Coutinho imortalizou em “Teodorico Bezerra – O Imperador do Sertão” a história do major potiguar que pedia votos assim: - Olhe, você não tem um boi, uma galinha, um terreno... Nada para me dar. Você só tem o voto. É só o que peço – dizia o major aos empregados.PROBLEMA PARA O SUCESSOR DE DILMA
Por Carlos Chagas ONGs e empreiteiras estão envolvidas nas denúncias de corrupção no governo, atingindo agora o ministério dos Esportes, como antes o ministério do Turismo, sem esquecer os Transportes, a Agricultura e até a Casa Civil. É a velha regra de não haver corruptos sem corruptores. O diabo está em que, apesar da defenestração de ministros e montes de funcionários, prevalece a impunidade relativa aos que superfaturaram obras, impuseram aditivos contratuais sem prestar os serviços contratados e distribuíram comissões e propinas, ficando com a maior parte dos recursos públicos. A lógica e as evidências indicam a mesma prática em outros ministérios, ainda não denunciados, e em altos patamares da administração pública. Seria necessário atacar o mal pela raiz, ou seja, proibir toda e qualquer ONG de celebrar contratos com o governo. Ou não se intitulam entidades não governamentais? Vão buscar dinheiro na iniciativa privada. Ao mesmo tempo, cancelar a participação das empreiteiras flagradas em ilícitos e malfeitos na execução de obras e na prestação de serviços. Só que tem um problema: se a presidente Dilma optasse por essas ações cirúrgicas, o país iria parar. Boa parte da economia é movida por esses dois pilares de sustentação das lambanças, obviamente que erigidos com o cimento da esperteza de partidos políticos, maus funcionários, grupos e quadrilhas encasteladas no poder. Numa palavra: sem a corrupção viria de imediato a recessão. Fazer o quê? Apelar para o Judiciário, aguardando a imediata apuração e punição de cada denúncia seria sonhar acordado. Esperar que corruptos e corruptores abandonem suas práticas por medo da cadeia ou por arrependimento ético, outra ilusão. Arrancar do Legislativo profunda modificação nas leis, de modo a fechar as brechas por onde escoa a impunidade? Nem pensar. Conclusão: Dilma precisa adotar a lição daquele velho Papa que ao ser abordado por um místico, informando haver o anti-Cristo nascido em Roma, perguntou que idade tinha o rebento. Ao saber que estaria com três anos, respondeu: “então não é problema meu, mas do meu sucessor...” ENGANAÇÃO Da Europa vem a informação de que os grandes bancos decidiram ajudar ainda mais a Grécia, Portugal, Espanha e outras nações à beira da falência. Verdade? Não. Mentira pura e deslavada. Os bancos não ajudam ninguém. Os recursos que supostamente adiantarem aos governos referidos e outros nem sairão de seus cofres. Servirão para pagar dívidas atrasadas, com a peculiaridade de gerarem mais lucros, tendo em vista os juros impostos a essas nações. O endividamento só fará aumentar. “Me engana que eu gosto”, deveria chamar-se essa nova fase da crise econômica mundial, mesclada ao aumento de impostos, a redução de salários, as demissões em massa e a supressão dos investimentos sociais.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
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