Após as enchentes, seca. Trabalhadores rurais de Ipanguaçu protestam e pensam interditar a BR 304 caso Governo não repare o canal do Pataxó
Dezenas de agricultores do município de Ipanguaçu se reuniram em uma manifestação na manhã desta quarta-feira (19) para cobrar do Governo do Estado medidas urgentes para a recuperação do canal do Pataxó, que abastece o rio de mesmo nome com água oriunda da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no município de Itajá. O protesto se iniciou nas proximidades da comporta do reservatório.
Mesmo contendo atualmente quase 90% de seu volume máximo, a barragem não está sendo suficiente para evitar a seca do Rio Pataxó. Muito de sua água se perde pelo caminho no canal do Pataxó, que está com a estrutura danificada em diversos pontos, prejudicando, especialmente, os pequenos produtores ipanguaçuenses. É grande o desperdício do precioso líquido.
O agricultor João Batista Gomes, do alto de seus 62 anos de idade, disse jamais ter presenciado uma seca tão grande no rio quanto a atual. Ele teme perder toda a sua plantação de milho caso a situação não seja resolvida dentro das próximas duas semanas. “Plantei 1 hectare de milho. É pouco, mas sobrevivo disso. Agora, meu medo é perder tudo, pois a água está acabando e só da para aguar por uns dois dias. Precisamos que façam alguma coisa. E rápido! Caso contrario, só Deus salva”, afirmou, apreensivo.
A situação é mesmo alarmante, especialmente na altura das comunidades de Pau de Jucá, Picada e Itú, onde o nível da água está muito baixo. Em alguns locais já é possível ver o leito do rio. Se o problema não for resolvido em breve, deverá haver ainda a morte de peixes.
Os agricultores presentes à manifestação, que ocorreu de forma pacífica, ameaçam interditar a BR 304 caso o Governo não tome alguma providência.
Enquanto aguarda resposta do Governo ao oficio nº 116, enviado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos no último dia 30 de setembro, a prefeitura de Ipanguaçu montará uma estratégia com carros pipas para abastecer algumas famílias nas comunidades em que a situação for mais crítica, dentro das possibilidades financeiras do executivo municipal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário