A POESIA DE THIAGO MONTEIRO
Meu Sertão, quanta beleza!
Tão belo, mas quem diria
Que fosse virar tristeza
Esta beleza algum dia.
Sem água, o teu chão padece,
O mato seco não cresce
Alimentando esta mágoa.
E fica o pobre matuto
Vendo o seu solo de luto
Sem ter nem um pingo d’água.
Vendo a lagoa vazia,
Um boi, pra viver, insiste.
Mas sem água todo dia,
Da própria vida desiste.
E o camponês do roçado,
Trabalhador alugado,
Diz: “Meu Deus, tem dó de mim!
Manda chuva pro Sertão,
Irrigando o nosso chão,
Pr’eu não ter o mesmo fim.”
Mas esta cena que eu vejo,
Não resolvo e nem aceito,
Pois na dor do sertanejo
Só Deus pode dar um jeito,
Pra que um dia a mesma mude,
Volte a chuva enchendo açude,
Diminuindo a matança,
Embelezando o roçado,
Deixando o mau no passado,
Trocando a dor na esperança.
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