ELEGIA
Ó virgens que passais, ao sol poente,
Pelas estradas ermas, a cantar:
Eu quero ouvir uma canção ardente
Que me recorde as afeições do lar.
Cantai-me, n´essa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!
Cantai, cantai as límpidas cantigas!
Das ruínas do meu lar desenterrai
Todas aquelas ilusões antigas
Que eu vi morrer n- um sonho como um ai...
Ó suaves e frescas raparigas,
Adormecei-me n´essa voz... Cantai!
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