sábado, 16 de março de 2013



DOENDO

Tudo dói de sede e de fome
Os bichos, o céu, o mato e o roçado,
A esperança, a vida, o cão sem nome,
A ave de rapina, a casa, o gado.

O canto da acauã
Doendo
O aboio do vaqueiro
Doendo
O vôo da ribaçã
Doendo
A seca do sertão
Doendo

O rogo das mulheres em oração,
O clamor sutil dos oratórios,
Suplício no andor da procissão,
A dor oferecida em ofertório.

Currais abandonados, solidão,
A sanha de um tempo de desterro,
Cacimba já em água, humilhação,
E o berro agonizante do bezerro.

A dor que sempre dói fica doendo,
Pelos séculos sem fim no meu Nordeste,
Cinismo nas promessas dos abutres,
Fartura para os poucos que enriquecem.

Chico Morais
Natal, fevereiro de 2013.
Copiado da página de Chico Morais
DOENDO
Tudo dói de sede e de fome
Os bichos, o céu, o mato e o roçado,
A esperança, a vida, o cão sem nome,
A ave de rapina, a casa, o gado.

O canto da acauã
Doendo
O aboio do vaqueiro
Doendo
O vôo da ribaçã
Doendo
A seca do sertão
Doendo

O rogo das mulheres em oração,
O clamor sutil dos oratórios,
Suplício no andor da procissão,
A dor oferecida em ofertório.

Currais abandonados, solidão,
A sanha de um tempo de desterro,
Cacimba já em água, humilhação,
E o berro agonizante do bezerro.

A dor que sempre dói fica doendo,
Pelos séculos sem fim no meu Nordeste,
Cinismo nas promessas dos abutres,
Fartura para os poucos que enriquecem.

Chico Morais
Natal, fevereiro de 2013.
Copiado da pá

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