terça-feira, 24 de junho de 2014

Os dois abraços
(Antônio Carlos Santini)

Inda se vê no céu a estrela matutina
A despedir seus raios sobre Nazaré
E já trabalha e sua o bom José:
Um tanto ferreiro, um tanto carapina



Inda é bem cedo: o galo da manhã clarina,
Convida o burgo pobre a se postar de pé.
Fina fumaça esfuma o céu, da chaminé
Da casa de maria, aos fundos da oficina.



Entra o menino e abraça o pai devagarinho…
E a túnica do pai recende a cedro e pinho,
O cheiro da floresta quando a chuva cai…



Se um dia, no calvário, ele abraçou a cruz,
Por certo há de se lembrar, o salvador Jesus,
Que tinha esse perfume a túnica do pai…

(Petrópolis – 12-02-99)

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