quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Confissão
Virgínia Victorino

Quando às vezes me queixo, não é nada
pelas loucuras que tens feito. Não!
A gente não domina o coração,
antes por ele é sempre dominada...

Sei que ainda em teus olhos, disfarçada,
vibra a chama da última paixão!
Que falas da saudade e da ilusão
numa voz triste, lenta, perturbada!

Tu procuraste sempre em toda a parte
emoções raras, e eu não posso dar-te
mais do que um calmo, um grande amor sem fim!...

Viveste horas febris, horas serenas...
Não as lamento, não. Lamento apenas
as que tu não guardaste para mim!

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