segunda-feira, 9 de julho de 2012

ADORMECIDA
Poemas & Sonetos
Sex, 08 de janeiro de 2010 22:38      
Uma noite,eu me lembro...Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão...solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente


Estava aberta a janela.Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe,num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.


De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos  - beijá-la.


Era um quadro celeste!...A cada afago
Mesmo em sonho a moça estremecia...
Quando ela serenava..a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe ...a flor fugia...


Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças..
A brisa,que agitava as folhas verdes,
Faziam-lhe ondear as negras tranças.


E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
Pra não zangá-la...sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio.


Eu,fitando esta cena,repetia,
Naquela noite lânguida e sentida:
“O’flor! – tua és a virgem das campinas!
Virgem!  - tu és a flor da minha vida!.

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