Luiz de Rosa era comerciante em Assu, onde teve hotel e negociava com
cereais andando todo o estado, conduzindo um caminhão lotado de mercadorias.
Farrista inveterado, gastava todo o dinheiro que ganhava no jogo de cartas
(baralho) e mulheres de vida fácil. Já adiantado na idade, freqüentava o bar e
mercearia de Chico do Boi, no Centro da cidade. Pos bem. Certa vez Luiz deixou
um 'pendura', umas cervejas pra pagar posteriormente, logo que saísse o
pagamento da sua aposentadoria. Passaram-se dias, meses, anos. Esquecido, Luiz
passou de frente ao já referido bar. Seu Chico, ao vê-lo, não perdeu a
oportunidade, cobrando a conta a Luiz, habilidosamente: "Seu Luiz. Tem um negócio aqui do
Senhor". Luiz não se fez de rogado, soltando essa: "Pode ficar pro
Senhor mesmo, Seu Chico". E continuou ligeirinho a sua caminhada.
Ainda sobre Luiz de Rosa (ele era aposentado pelo FUNRURAL - Fundo de
Amparo ao Trabalhador Rural, recebia um valor praticamente irrisório,
não representava quase nada para quem viveu toda a sua juventude e parte
da maturidade, vida de riquesa, recheada de orgia, farras
intermináveis. Foi quando Walter Leitão lhe fez o convite para trabalhar
na agricultura, plantar de meia, na sua propriedade agrícola denominada
Córrego do Maia, município de Ipanguaçu (hoje, salvo engano, aquela
gleba de terra é de propriedade de uma empresa agrícola de porte
denominada Delmont).
Inverno chegando, Luiz em conversa amistosa nos alpendres daquela
fazenda, perguntou ao seu novo patrão, conforme a sua linguagem
sertaneja: "Compade
Warto. O ano é bom de inverno. O que é que nós vamo prantar?" Walter,
que
naquele dia estava de bom humor, mandou chumbo grosso: "Pica,
Luiz! Pica"! Luiz não se deu por calado: "Compade Warto. Prantar eu
pranto, mais não colho!
Postado por Fernando Caldas
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