quarta-feira, 16 de maio de 2012

Luiz de Rosa era comerciante em Assu, onde teve hotel e negociava com cereais andando todo o estado, conduzindo um caminhão lotado de mercadorias. Farrista inveterado, gastava todo o dinheiro que ganhava no jogo de cartas (baralho) e mulheres de vida fácil. Já adiantado na idade, freqüentava o bar e mercearia de Chico do Boi, no Centro da cidade. Pos bem. Certa vez Luiz deixou um 'pendura', umas cervejas pra pagar posteriormente, logo que saísse o pagamento da sua aposentadoria. Passaram-se dias, meses, anos. Esquecido, Luiz passou de frente ao já referido bar. Seu Chico, ao vê-lo, não perdeu a oportunidade, cobrando a conta a Luiz, habilidosamente: "Seu Luiz. Tem um negócio aqui do Senhor". Luiz não se fez de rogado, soltando essa: "Pode ficar pro Senhor mesmo, Seu Chico". E continuou ligeirinho a sua caminhada.

Ainda sobre Luiz de Rosa (ele era aposentado pelo FUNRURAL - Fundo de Amparo ao Trabalhador Rural, recebia um valor praticamente irrisório, não representava quase nada para quem viveu toda a sua juventude e parte da maturidade, vida de riquesa, recheada de orgia, farras intermináveis. Foi quando Walter Leitão lhe fez o convite para trabalhar na agricultura, plantar de meia, na sua propriedade agrícola denominada Córrego do Maia, município de Ipanguaçu (hoje, salvo engano, aquela gleba de terra é de propriedade de uma empresa agrícola de porte denominada Delmont). Inverno chegando, Luiz em conversa amistosa nos alpendres daquela fazenda, perguntou ao seu novo patrão, conforme a sua linguagem sertaneja: "Compade Warto. O ano é bom de inverno. O que é que nós vamo prantar?" Walter, que naquele dia estava de bom humor, mandou chumbo grosso: "Pica, Luiz! Pica"! Luiz não se deu por calado: "Compade Warto. Prantar eu pranto, mais não colho!

Postado por Fernando Caldas

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