-
É Farroupilha!
Interventor no Rio Grande do Sul, o general Flores da Cunha detestava perder no carteado e, certa vez, impôs à mesa, arrastando as fichas:
- Ganhei! Formei uma Farroupilha, o maior jogo numa mesa gaúcha!
Eram só cinco cartas de naipes diferentes. O jogo seguiu e logo depois um dos seus adversários exclamou:
- É Farroupilha!
- Esse jogo só vale uma vez! – reagiu o general, recolhendo as fichas com a mão esquerda e segurando um revólver 38 com a direita.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
-
Santo candidato
Em visita à Bahia, em 1936, quando o País especulava sobre sucessão presidencial, Getúlio Vargas ouviu o governador Juracy Magalhães, em um discurso, traçar o perfil ideal de candidato, que para ele deveria ser paciente, honesto, corajoso, empreendedor, prudente, generoso etc. Na viagem de volta, dia seguinte, Getúlio cutucou o genro Amaral Peixoto:
- Já sei quem é o candidato de Juracy....
- Acho que é ele mesmo – respondeu Peixoto.
- Não. Só pode ser o Senhor do Bomfim – disse Getúlio, às gargalhadas.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
<<<< MEUS OLHOS >>>>>
Para Josmar
MEUS
OLHOS...
São
Meus olhos o meu alvorecer
aura
linda a bailar serenamente
me
levando a viver novo presente
para
a flor dos meus sonhos florescer.
São
Meus olhos celestes lamparinas
vegetal,
sangue verde das campinas
rosa
virgem brotando dos abrolhos;
são
Meus olhos canção enternecida,
e eu
preciso acordar pra ver a vida
na
pureza infinita dos Meus olhos.
(Jomaci
Dantas)
<<< U m a P o e s i a >>>
Eu “tava” com precisão,
fui a loja e comprei pano
porém já passa de um ano
que fiz essa arrumação,
numa roupa de azulão
a toda festa eu assisto,
pode crer por Jesus Cristo,
remendos não há quem conte;
“tando” suja eu vou a fonte
tiro, lavo, enxugo e visto...
–José Bernardino/PB–-
Política da vez
O governador Ademar de Barros tinha uma maneira peculiar de lidar com a base política, em São Paulo. Certa vez ele recebeu um correligionário do PSP que insistia em ser candidato a prefeito no interior, mas Ademar já havia feito a sua escolha. Ao receber o homem, perguntou, malandro:
- Como vai a sua campanha para vereador?
O homem não “captou” a mensagem e lembrou que queria mesmo era ser candidato a prefeito. Ademar o despachou assim:
- No futuro você pode ser candidato a prefeito. Mas em política tem uma coisa que se chama vez. E esta não é a sua. Passe bem.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
U m a
P o e s i a
Quando a lua se
declara
para alguém que
adora tanto,
afasta da noite
escura
as amarguras do
pranto;
por ser bonita e
divina,
tem um noivo em
cada esquina
e um amante em todo
canto.
–Prof. Garcia/RN–
-
Rapadura salgada
Manoel Gomes da Silva, o Gominho, trocou o MDB pela Arena na eleição municipal de 1976, em Princesa Isabel (cidade histórica da Paraíba), e foi candidato a vice na chapa de Sebastião Feliciano dos Santos, o Batinho, mediante a promessa de assumir no meio do mandato. Passaram-se quatro anos e o compromisso não foi cumprido. Na eleição seguinte, já rompido com a Arena e de volta ao MDB, Gominho tentava se justificar no palanque:
- Meus amigos, mais vale uma rapadura salgada do que uma promessa doce!
quinta-feira, 24 de maio de 2012
-
Pianista sem piano
Eleito governador do Rio Grande do Sul em 1934, o general Flores da Cunha foi pressionado pelas oito irmãs e a mãe, durante um ano, a nomear um sobrinho para qualquer cargo. Ele resistiu – considerava o rapaz um inútil. Mas não agüentou a pressão do mulherio e capitulou, dando finalmente instruções a Poti Menezes, chefe da Casa Civil:
- Prepare o ato nomeando meu sobrinho pianista do Palácio Piratini.
- Mas, governador, ele nem sequer sabe tocar piano...
- Não faz mal – retrucou o general – no Palácio não tem piano mesmo!
quarta-feira, 23 de maio de 2012
-
Reunião espírita
Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu:
- Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá.
Inda guardo as batidas do pilão,
com mamãe, de manhã, pilando arroz,
eu mais novo, mais forte e mais disposto,
no rojão, eu na frente, ela depois;
nunca vou me esquecer desta contenda,
o pilão do passado virou lenda,
mas não sai da memória de nós dois!
–Prof. Garcia/RN–
terça-feira, 22 de maio de 2012
SOU JOSÉ CORIOLANO
DO RIO GRANDE DO NORTE
POÉTA DE VERBO FORTE
DE UM PENSAR SOBERANO
NÃO RESPEITO O OCEANO
NÃO TEMO FUROR DO VENTO
JA TRISTEI O FIRMAMENTO
ABALEI TODO ESPAÇO
EU QUERENDO TUDO FAÇO
COM A FORÇA DO MEU TALENTO
O QUE CONSEGUIR FAZER
DO RIO GRANDE DO NORTE
POÉTA DE VERBO FORTE
DE UM PENSAR SOBERANO
NÃO RESPEITO O OCEANO
NÃO TEMO FUROR DO VENTO
JA TRISTEI O FIRMAMENTO
ABALEI TODO ESPAÇO
EU QUERENDO TUDO FAÇO
COM A FORÇA DO MEU TALENTO
FIZO O SOL TREMER DE FRIO
E A LUA QUEIMAR DE QUENTE
DAS ESTRELAS FIZ CORRENTE
DOS CORISCOS FIZ PAVIO
AO MAR LANCEI DESAFIO
FUI BRIGAR COM JUPITÉ
ORDENEI QUE LUCIFÉ
SILENCIA-SE O INFERNO
NO VERÃO MANDEI INVERNO
POÉTA FAZ O QUE QUER
JOSE CORIOLANO
Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
U m a P o e s i a >>>
Me livrei de manhãzinha
d'uma noite mal dormida,
não vi a minha querida
coar café na cozinha,
nem o grito da galinha
rasgando a roupa do chão,
d'uma noite mal dormida,
não vi a minha querida
coar café na cozinha,
nem o grito da galinha
rasgando a roupa do chão,
nem o gesto do meu cão
mexendo a ponta do rabo;
eita troço ruim do diabo
viver longe do sertão!–Zé de Mariano/PE–
mexendo a ponta do rabo;
eita troço ruim do diabo
viver longe do sertão!–Zé de Mariano/PE–
O QUE CONSEGUIR FAZER
FIZO SOL TREMER DE FRIO
E A LUA QUEIMAR DE QUENTE
DAS ESTRELAS FIZ CORRENTE
AO MAR LANCEI DESAFIO
FUI BRIGAR COM JUPITÉ
ORDENEI QUE LUCIFÉ
SILENCIA-SE O INFERNO
NO VERÃO MANDEI INVERNO
POÉTA FAZ O QUE QUER
JOSE CORIOLANO
segunda-feira, 21 de maio de 2012
<<< U m a P o e s i a >>>
Sou um fã de Antônio Conselheiro,
O primeiro comunista do Brasil,
Admiro Marinês, Gonzaga, Gil
E o suingue de Jackson do Pandeiro.
Sei da vida de Pinto do Monteiro,
O maior cantador desta Nação,
Mestre Zinho, Jacinto e Azulão
São os nomes da música de raiz.
Eu nasci no Nordeste e sou feliz
Por contar as histórias do sertão.–Wellington Vicente/PE–
O primeiro comunista do Brasil,
Admiro Marinês, Gonzaga, Gil
E o suingue de Jackson do Pandeiro.
Sei da vida de Pinto do Monteiro,
O maior cantador desta Nação,
Mestre Zinho, Jacinto e Azulão
São os nomes da música de raiz.
Eu nasci no Nordeste e sou feliz
Por contar as histórias do sertão.–Wellington Vicente/PE–
domingo, 20 de maio de 2012
<<< U m a
P o e s i a >>>
Não encontro outra dama como aquela
nem caçando igualmente um detetive,
entre todas mulheres que já tive
ela foi a mais simples e a mais bela,
ontem a noite dormi, sonhei com ela,
vi no sonho seu corpo em meu colchão,
mas como sonho é somente uma ilusão
quando fui lhe abraçando eu acordei,
se eu pudesse encontrar quem mais amei
livraria da dor, meu coração.
–Enevaldo Hipólito/PI–
sábado, 19 de maio de 2012
-
‘O’ de Oséas
O ex-deputado Oséas Cardoso foi um dos maiores líderes políticos da História de Alagoas. Temido e respeitado, foi reconduzido inúmeras vezes à Câmara dos Deputados. Depois fixou residência em Brasília. Ele jamais esqueceu o dia em que compareceu a um comício em Arapiraca, no agreste alagoano. Foi apresentado assim, pelo líder local:
- Este, todos já conhecem. Suas iniciais falam por ele: “O” de honestidade e “C” de sinceridade. Com a palavra, o dr. Oséas Cardoso!
<<< Estrofe do Dia >>>
Te dou tudo que queres nesta vida
gasto minha saliva esquento o crânio,
o esforço que faço é momentâneo
o que vejo e o que sinto é sem medida;
tua fuga é um beco sem saída
confundindo o amor com a razão,
misturando cabeça e coração
transformando o real no fictício,
eu te trato com tanto sacrifício
e tu me pagas com tanta ingratidão.
–Antônio Lisboa/RN –
<<< Uma Trova de Ademar >>>
Para o meu sonho alcançar,
enfrento a força dos ventos,
mergulho sem respirar
no mar dos meus pensamentos...
–Ademar Macedo/RN–
sexta-feira, 18 de maio de 2012
18/05/2012
O SERTÃO CHORA NO INVERNO DOS LADRÕES
Miguezim de Princesa
A seca que abate a gente
tira a comida da mesa,
o sertanejo, humilhado,
não esconde sua tristeza:
finca a enxada no chão
e, naquele poeirão,
sobe um mundo de incerteza.
O sertanejo resiste,
forte como um pau-pereira!
Clamoroso é ao que se assiste
nesta nação brasileira:
onde uns têm tudo farto,
mulheres morrem de parto
nos braços de uma parteira.
Na seca a politicagem
dos coronéis faz parada:
homens aqui são tratados
como se fossem boiada.
Triste sertão de "caboclo",
onde um voto vale pouco,
onde a vida vale nada.
Passa a seca, vem a chuva
e nada de melhorar,
porque o governo nega
semente pra semear
e o latifundiário,
pra aumentar o calvário,
nega terra pra plantar.
Desrespeita-se a velhice,
abandona-se a infância,
as escolas desmoronam
por incúria ou traficância,
do saber poucos se apossam
e as criancinhas engrossam
o exército da ignorância.
Terra que produz de tudo
- do feijão ao babaçu -,
teu povo é escravizado
no açoite do couro cru:
come restos de ração,
bebe a lama do porão,
não tem roupa - anda nu.
Semblantes desfigurados,
corpos esqueléticos nus,
enquanto nutrem a esperança
num milagre de Jesus,
disputam pelas estradas
brutos já mortos, ossadas,
com bandos de urubus.
Asfora falou um dia
dos seios sem leite, murchos,
das veias brancas, sem sangue,
que nem algodão - capuchos -,
enquanto reina a alarvia
de uma elite que um dia
terá de perder os luxos.
tira a comida da mesa,
o sertanejo, humilhado,
não esconde sua tristeza:
finca a enxada no chão
e, naquele poeirão,
sobe um mundo de incerteza.
O sertanejo resiste,
forte como um pau-pereira!
Clamoroso é ao que se assiste
nesta nação brasileira:
onde uns têm tudo farto,
mulheres morrem de parto
nos braços de uma parteira.
Na seca a politicagem
dos coronéis faz parada:
homens aqui são tratados
como se fossem boiada.
Triste sertão de "caboclo",
onde um voto vale pouco,
onde a vida vale nada.
Passa a seca, vem a chuva
e nada de melhorar,
porque o governo nega
semente pra semear
e o latifundiário,
pra aumentar o calvário,
nega terra pra plantar.
Desrespeita-se a velhice,
abandona-se a infância,
as escolas desmoronam
por incúria ou traficância,
do saber poucos se apossam
e as criancinhas engrossam
o exército da ignorância.
Terra que produz de tudo
- do feijão ao babaçu -,
teu povo é escravizado
no açoite do couro cru:
come restos de ração,
bebe a lama do porão,
não tem roupa - anda nu.
Semblantes desfigurados,
corpos esqueléticos nus,
enquanto nutrem a esperança
num milagre de Jesus,
disputam pelas estradas
brutos já mortos, ossadas,
com bandos de urubus.
Asfora falou um dia
dos seios sem leite, murchos,
das veias brancas, sem sangue,
que nem algodão - capuchos -,
enquanto reina a alarvia
de uma elite que um dia
terá de perder os luxos.
17/05/2012
Categoria(s): Política
Contra a fome
Gesane Marinho propõe “Sacolão na Comunidade” à Ceasa
Em
busca de apoio para aprovação do projeto de sua autoria, denominado
“Ceasa Itinerante”, a deputada estadual Gesane Marinho (PSD) visitou
na manhã desta quarta-feira (16), o diretor presidente da Central de
Abastecimento do Rio Grande do Norte (CEASA-RN), engenheiro e
ex-deputado estadual José Adécio (DEM), na sede do órgão.
Inspirado
no “Sacolão na Comunidade”, realizado no Rio de Janeiro desde 2008, o
projeto tem a proposta de atender a comunidades carentes a partir da
comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, a preço de custo, em
ônibus com interiores adaptados, que circulam semanalmente pelos
bairros permitindo esta modalidade de venda.
“De
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
realizada em 2009, em aproximados 435 mil lares potiguares, a
segurança alimentar não é garantida em sua plenitude, precisamos
encontrar formar de solucionar esse problema”, argumenta a deputada.
O
projeto foi recebido com simpatia pelo diretor e seguiu para ser
analisado pela Assessoria Técinica da Ceasa. “Achei uma ideia criativa
e eficaz, acredito que pode ser muito bem vinda”, afirma Adécio.
Com informações da Assessoria de Imprensa de Gesane Marinho.
-
Não te fresqueia, tchê
O líder gaúcho Flores da Cunha era do tipo que não guardava papas na língua e zelava pela reputação dos machos do Rio Grande do Sul. Mas, certa vez, num comício em Uruguaiana, ao ser saudado, um orador local exagerou nos elogios:
- Bravo general, corpo de espartano, cérebro ateniense, coração de pomba, alma de dama...
Ele chama o chefe político e ordena, interrompendo o discurso:
- Tira esse demente daqui antes que ele me chame de fresco.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
-
Tortura e sacrifício
Jânio Quadros era governador e vivia às turras com o jornal O Estado de S. Paulo, cuja independência não tolerava, nem as insinuações sobre seu apego aos copos. Após intensa negociação, da qual participaram políticos como José Sarney, Jânio fez uma visita ao dono do jornal, Júlio de Mesquita Neto, que logo ofereceu ótimas opções de uísque. Jânio soltou uma lorota:
- Mas, doutor Júlio, eu não bebo! Só aprecio leite!O anfitrião pediu licença, foi à cozinha, arranjou uma enorme caneca, usada para beber chope, e a encheu de leite. Enquanto durou a visita, Jânio não largou o canecão. Disciplinadamente, bebeu tudo. Um litro de leite.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
O poeta boêmio e bonachão Renato Caldas, era funcionário público
aposentado pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Norte, por onde
recebia um miserável salário, apesar da influência que ele tinha com
grandes nomes da vida
social, literária e política da terra potiguar. Pois bem. Certa vez, sem
dinheiro, Renato resolveu vender uma lâmpada Coleman (lampião a
querozene muito usado no Nordeste brasileiro, há uns cinquenta anos
atrás, nos lugares onde não tinha luz elétrica). Fato
este antes comunicado a sua mulher chamada Fausta, que logo se dirigiu
ao armazém de
Amaro Sena, vizinho a sua casa, para prevenir aquele comerciante que não
comprasse o lampião, se Renato chegasse a lhe oferecer. Dito e feito.
Renato foi ao
armazém de Amaro e, ao chegar naquele estabelecimento comercial,
ofereceu o
lampião por três mil cruzeiros (moeda da época). "Quero não, disse
Amaro". "Homem, me compre!" Com muita insistência Amaro comprou aquele
ojeto da seguinte forma: mil cruzeiros avista e o restante em duas
prestações (trinta e sessenta dias).
Negócio fechado, Renato recebeu os mil cruzeiros e, no primeiro cabaré
que
chegou, gastou todo o dinheiro com bebidas e mulheres, claro. Querendo
continuar na farra (ele quando começava a farrear, durava meses),
procurou
Amaro em seu comércio, solicitando dele um adiantamento de mil
cruzeiros,
referente a primeira prestação. No que não foi atendido, vingou-se
escrevendo uma sextilha
num papel de cigarros, colocando de manhã cedinho por debaixo da porta
do comércio de Amaro, que diz assim, para o nosso deleite:
Da minha situação
Eu sou um amigo raro
Fiz você ficar no claro
E fiquei na escuridão.
Caro amigo Amaro Sena
Sei que você tem penaDa minha situação
Eu sou um amigo raro
Fiz você ficar no claro
E fiquei na escuridão.
Luiz de Rosa era comerciante em Assu, onde teve hotel e negociava com
cereais andando todo o estado, conduzindo um caminhão lotado de mercadorias.
Farrista inveterado, gastava todo o dinheiro que ganhava no jogo de cartas
(baralho) e mulheres de vida fácil. Já adiantado na idade, freqüentava o bar e
mercearia de Chico do Boi, no Centro da cidade. Pos bem. Certa vez Luiz deixou
um 'pendura', umas cervejas pra pagar posteriormente, logo que saísse o
pagamento da sua aposentadoria. Passaram-se dias, meses, anos. Esquecido, Luiz
passou de frente ao já referido bar. Seu Chico, ao vê-lo, não perdeu a
oportunidade, cobrando a conta a Luiz, habilidosamente: "Seu Luiz. Tem um negócio aqui do
Senhor". Luiz não se fez de rogado, soltando essa: "Pode ficar pro
Senhor mesmo, Seu Chico". E continuou ligeirinho a sua caminhada.
Ainda sobre Luiz de Rosa (ele era aposentado pelo FUNRURAL - Fundo de Amparo ao Trabalhador Rural, recebia um valor praticamente irrisório, não representava quase nada para quem viveu toda a sua juventude e parte da maturidade, vida de riquesa, recheada de orgia, farras intermináveis. Foi quando Walter Leitão lhe fez o convite para trabalhar na agricultura, plantar de meia, na sua propriedade agrícola denominada Córrego do Maia, município de Ipanguaçu (hoje, salvo engano, aquela gleba de terra é de propriedade de uma empresa agrícola de porte denominada Delmont). Inverno chegando, Luiz em conversa amistosa nos alpendres daquela fazenda, perguntou ao seu novo patrão, conforme a sua linguagem sertaneja: "Compade Warto. O ano é bom de inverno. O que é que nós vamo prantar?" Walter, que naquele dia estava de bom humor, mandou chumbo grosso: "Pica, Luiz! Pica"! Luiz não se deu por calado: "Compade Warto. Prantar eu pranto, mais não colho!
Postado por Fernando Caldas
Ainda sobre Luiz de Rosa (ele era aposentado pelo FUNRURAL - Fundo de Amparo ao Trabalhador Rural, recebia um valor praticamente irrisório, não representava quase nada para quem viveu toda a sua juventude e parte da maturidade, vida de riquesa, recheada de orgia, farras intermináveis. Foi quando Walter Leitão lhe fez o convite para trabalhar na agricultura, plantar de meia, na sua propriedade agrícola denominada Córrego do Maia, município de Ipanguaçu (hoje, salvo engano, aquela gleba de terra é de propriedade de uma empresa agrícola de porte denominada Delmont). Inverno chegando, Luiz em conversa amistosa nos alpendres daquela fazenda, perguntou ao seu novo patrão, conforme a sua linguagem sertaneja: "Compade Warto. O ano é bom de inverno. O que é que nós vamo prantar?" Walter, que naquele dia estava de bom humor, mandou chumbo grosso: "Pica, Luiz! Pica"! Luiz não se deu por calado: "Compade Warto. Prantar eu pranto, mais não colho!
Postado por Fernando Caldas
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