segunda-feira, 22 de abril de 2013


de Tere Penhabe

Desde que o mundo � mundo
os homens falam de paz
quem clama com tal fervor
parece at� ser capaz
por�m a triste verdade
a cruel realidade:
guerra, o homem gosta mais.

H� tres mil anos atr�s
de guerra o mundo fervia
por Saul ou por Davi
as vit�rias sucediam-se
cananeus ou filisteus
Golias, que era um dos seus
todos a guerra perdiam.

Como se fosse poss�vel
a guerra ter vencedores
tantos s�culos depois
permanecem os horrores
quem as ler amareladas
p�ginas historiadas
rendam a Salom�o, louvores.

Durou pouco seu reinado
como se o mundo tivesse
muita culpa pra ser paga
e a paz n�o merecesse
provada, n�o foi aceita
mal esse s�bio se deita
a paz j� logo arrefece.

O mundo foi progredindo
mas n�o a mente do homem
em guerra e a difundir
a apologia da fome
que veio tomando conta
cada vez maior sua monta
desde o man� ela n�o some.

Jesus veio e n�o deu conta
ao que parece, hoje em dia
seu amor � humanidade
tornou-se pobre elegia
e "d�-lhe guerra", senhores
naquele circo de horrores
na Roma da anarquia.

Em frente alguns s�culos
vamos passar sem olhar
sempre a guerra pautando
a vida em qualquer lugar
de amor quase ningu�m fala
a paz, o mundo n�o embala
o que querem � guerrear.

Napole�o Bonaparte
descanse em paz, oh valente
mas n�o ter�s os meus louros
sua conquista foi demente
espalhando sua fam�lia
nos reinos que auferia
matando tanto inocente.

N�o vejo gl�ria no fado
assumo que sou simpl�ria
mas para quem busca a paz
n�o tem valor sua hist�ria.
Em vez de estrategista
tivesse sido anarquista
com muito amor na mem�ria...

talvez o mundo o esquecesse
tantos livros n�o houvessem
as suas conquistas narradas
n�o mereceriam prece
pois minh' alma grita e berra
o que o homem gosta � guerra
� o que ele quer e merece!

Vamos chegar ao momento
mais triste da nossa hist�ria
de um anticristo que veio
e teve aqui sua vit�ria
que era tanta indec�ncia
e lhe prestaram rever�ncia
pela sua orat�ria.

Eu falarei at� morrer
que me calem se quiserem
n�o s� Hitler foi culpado
mas todos que l� estiveram
baixando a sua cabe�a
e fingindo indiferen�a
diante dos que morreram.

Desta vez foram milh�es
e n�o falamos de soldado
era gente como a gente
que ama e que � amado
que deixando atr�s os filhos
enfileirados nos trilhos
foram morrer como gado.

Um cr�pula presente
do dem�nio, secret�rio
voz ativa que se ouvia
co-autor de tal fad�rio
err�neamente � citado
pelo que houvera falado
em triste lugar e hor�rio.

O tema do tal infame:
a mentira propagada
por mais mentira que seja
se muitas vezes falada
convence quem precisar
pois a terra � s� um mar
de mentiras fantasiada.

Que pra matar precisavam
de uma desculpa qualquer
sem nenhum valor � vida
de tanto homem e mulher
a mentira lhes servia
de desculpa e covardia
pra matar, n�o pra morrer.

E num projeto de paz teve seu nome louvado
pela falta de cultura
ou talvez pelo descaso.
Ignoram a hist�ria
a tristeza e a ingl�ria
que permeou esse fado.

E o mundo clamando por paz!...
em todo canto e lugar
� a paz que todos querem
pois precisam descansar
como quem grita irritado
morra, mas morra calado
pois eu preciso de paz!

Como sempre e todo sempre
a paz n�o � conquistada
� insano o seu pleito
ela � imposta, obrigada
calando a voz de inocentes
que na m�o de dementes
pagam a paz inventada.

Sem querer... por�m eu sigo
mas n�o paramos de ver
sangue sendo derramado
gente a penar e morrer
de na��o t�o poderosa
corre sempre a velha prosa
que armas tem que vender.

Mas n�o vamos esquecer
de cultura valiosa
dizimada sem crit�rio
apaches de pele r�sea
guerreiros fortes, valentes
enfrentaram combatentes
fim de vidas preciosas.

E as guerras v�o em frente
n�o daria para contar
quantas voltas no mundo
Deus!...eu iria precisar?
para mostrar todo o sangue
que correu e deixou exangue
tanta gente em terra e mar.

Com a paz quase morrendo
j� sem for�as para a guerra
o homem cria e inventa
o terror aqui na terra
e pelas virgens douradas
mata-se mais toneladas
novo motivo pra guerra.

Cada vez mais, mais e mais
A viol�ncia impera!
Clamando pela tal paz
propondo a insana guerra
a humanidade caminha
at� pra morrer sozinha
� nisso que a paz se encerra.

O caminho? N�o h� outro
o homem tem que aprender
a grande for�a do amor
que impera no seu ser
sua d�diva sublime
que ele encara como crime
tem vergonha de o viver.

Amar, amar, cada vez mais!
Semear essa estranha f�
pelo mundo sem cansar
porque a paz nada mais �:
acreditar no tal do amor
n�o servir a outro Senhor
sendo homem ou mulher.

Tere Penhabe
Santos, 27/02/2007

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