segunda-feira, 7 de julho de 2014

UM CORDEL DESTE POETA

FALANDO DE JATÃO
Hoje vou falar um pouco
Da vida de um cidadão
Que você só conhece
Pela voz da locução
Ele vive no Nordeste
Esse cabra da peste
Que ama seu torrão

Não sei como vou fazer
Pra falar algo de mim
Vou puxar pela caixola
Lembrar Tim-Tim por Tim-Tim
Pois só falo a verdade
Não gosto de falsidade
Pode acreditar padim!!

Ao Divino Espirito Santo
Eu invoco com devoção
Para que eu possa falar
O que vier ao coração
Com meu padim ciço
Fecho agora compromisso
Pedindo a ele inspiração

Sou neto de agricultor
E de comprador de algodão
Que viveram nessas terras
Desde o tempo de Gavião
Eu fui nascido e criado
Nesse sertão esturricado
Por isso adoro esse chão

João Florêncio era meu avô
Casimiro Xavier também
Muito conhecidos nesse lugar
Por quem vai e quem vem
Um era agricultor
Outro de couro comprador
Para ganhar o vintém

Dona Lica Fernandes
Era minha avó materna
Dona Lucinda Figueira
Minha avó paterna
Todos já nos deixaram
Saudades aqui ficaram
Restando lembranças eterna

Meu pai é João Bosco
Que concertava televisão
Rádio de pilha e radiola
Essa era sua profissão
Com Francinete casado
Tendo três filhos gerado
Desta singela união

Sou casado com Josineide
Filha de seu Sebastião
Sebastião de Aristóteles
Marchante da antiga Gavião
Com dona Maria casado
Vendia carne no mercado
Aos feirantes da região

Tenho dois filhos lindos
Por nós bem criados
João Victor e Helena Lúcia
Os dois muito amados
Amar, obedecer e respeitar
Ter fé, humildade e orar
Sempre foram ensinados

Sou católico praticante
Do terço dos homens e ECC
Rezo a Nossa Senhora
Que por mim venha interceder
Ao Sagrado Coração de Jesus
Pedindo força e lúz
Para que possa me fortalecer

Da cultura sou amante
Gosto do meu Nordeste
Das nossas tradições
Sou um cabra da peste
Forró, cantoria e vaquejada
Corrida de agorinha e cavalgada
Gosto e ninguém conteste

É mais ou menos isso
Que lhes tenho a falar
Deste poeta nordestino
Que gosta de versejar
O meu nome é Jatão
Nascido nesse sertão
Aqui gosto de morar
Faço daqui morada
Na seca ou na invernada
Daqui ninguém vai me tirar

Se um dia eu me for
Saudades levarei
Do povo de Umarizal
Que tanto acordei
Na madrugada fria
Antes de amanhecer o dia
Dizendo "Bom dia cheguei"
Mais não chegou a hora
Não posso ir agora
"Morte pise ai no frei"

Estou muito ocupado
Tenho muito o que fazer
Não tenho tempo agora
De esticar as pernas e morrer
Tem muita cavalgada
Cantoria e vaquejada
Que ainda quero ver
Se você teimar e vier
Dou 4 pulo e um ponta pé
Correndo pra me esconder
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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